terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Epidemiologia do Câncer de Mama






Epidemiologia do Câncer de Mama
 
Renato Torresan in Diagnóstico por imagem da Mama – Uma abordagem Integrada dr. Hélio Camargo Jr.

O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o mais comum na população feminina. Estima-se 1.200.000 novos casos anualmente, o que corresponde a 22% de todos os casos de câncer. Estimativas globais mostram aumento da incidência em torno de 0,5 a 1,0% ao ano desde 1990. Aproximadamente, 1/3 destas mulheres morre, tendo como causa básica o câncer de mama. Isto faz desta doença importante problema de saúde pública em todo o mundo.

No Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam que cerca de 49.400 novos casos tenham sido diagnosticados em 2008 (os dados não foram consolidados ainda!). No ano de 2003, as estimativas apontaram para 41.610 casos, o que significa um aumento de 15% na estimativa de incidência nos últimos 5 anos. A taxa de incidência no Brasil é de 51 casos a cada 100.000 mulheres/ano sendo no Sudeste 68/100.000 mulheres /ano.Este aumento do número de casos tem sido observado em todas as faixas etárias.Quando a curva de incidência é analisada por faixa etária , o aumento é mais expressivo na faixa de 50 a 54 anos , coincidindo com a faixa etária média da menopausa.

Nos Estados Unidos, a incidência é 2,5 vezes maior que no Brasil ( 127/100.000 mulheres /ano) e, entre 2000 e 2004, a idade média ao diagnóstico foi de 61 anos. Não foram registrados casos abaixo dos 20 anos. Na faixa etária entre 20 e 34 anos foram diagnosticados 1,9 % dos casos; entre 35 e 44 anos, 10,6 %;entre 45 e 54 anos , 22,2%; entre 55 e 64 anos , 20,2%; entre 75 e 84 anos , 16,7% e após 85 anos , 5,4% em todos os casos. Portanto, 65% dos casos ocorrem após os 55 anos de idade.

Na Europa, 370.000 mulheres foram acometidas pelo câncer de mama em 2004, correspondendo a cerca de 27,4 % de todos os casos de câncer na população feminina. Representou também a causa mais comum de morte por câncer com 179.200 óbitos, ou seja, 13,25% do total.

Entre as décadas de 1950 e 1990, observou-se importante aumento nas taxas de mortalidade por câncer de mama nos países desenvolvidos; no entanto, após os anos 90, pela primeira vez na história, a tendência observada é de queda.. Nos Estados Unidos, entre 1990 e 2004 a queda na taxa de mortalidade foi de 2,2%. Este fenômeno também é observado nos países da Europa ocidental. Estudos epidemiológicos com 200.000 mulheres de 17 países europeus mostram que a sobrevida de 5 anos após o diagnóstico era de 66% para os casos diagnosticados entre 1978-1980,72 e 79% para os diagnosticados entre 1987-1989 e 1993-1995, respectivamente.

Os fatores que mais contribuíram para o declínio na taxa de mortalidade foram a disseminação do rastreamento mamográfico, os diagnósticos mais precisos e as atitudes preventivas , como por exemplo o uso de tamoxifeno como quimioprevenção, que tem sido adotado nas mulheres de risco, principalmente, após o estudo norte americano (NSABP – P1) que demonstrou , após 4 anos de uso da droga, redução do risco em desenvolver câncer de mama de cerca de 50%. Os programas de rastreamento mamográfico, quando realizados , têm proporcionado redução das taxas de mortalidade em torno de 25 a 30%. A maioria destes programas foi realizada a partir de 1975 e adotou como faixa etária para o rastreamento dos 40 aos 69 anos, com intervalos entre os exames que variou de 12 a 33 meses.

No Brasil e nos países em desenvolvimento, a taxa de mortalidade ainda é crescente , sem expectativa de queda a curto prazo. Nestes países, mais da metade dos casos são diagnosticados em estádios III e IV, o que reflete a falta de programas de rastreamento mamográfico.

*Baseado no capítulo Epidemiologia da Mama do dr Dr. Renato Torresan Epidemiologia do Câncer de Mama no livro “Diagnóstico por Imagem da Mama – Uma abordagem Integrada”. Revinter 2008

















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