Luciane Evans - Estado de Minas
Publicação: 18/12/2009 06:25 Atualização: 18/12/2009 07:46
José Gomes Temporão faz caravana pelo país para convocar cidadãos e governos para o combate |
De acordo com últimos dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), até outubro deste ano Minas registrou 75.556 casos da doença, uma queda de 2,6% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando havia 76.552 pessoas contaminadas. Considerado todo o Brasil, de acordo com o ministro, a queda foi de 46% no número de casos na comparação com 2008. “Não vejo essa redução como negativa para o estado. Ao analisar a situação de Minas, vemos que a doença se concentra em cerca de 20 municípios no universo dos 853”, destacou o secretário de estado de Saúde, Marcos Pestana.
Dados da SES revelam que em 2006, 714 pessoas foram contaminadas pelo mosquito em Governador Valadares. Em apenas três anos, o número cresceu nove vezes, passando para 6.290 casos. Para o superintendente de Epidemiologia da SES, Francisco Lemos, o fato da dengue ser uma doença periódica e atingir, muitas vezes, as mesmas cidades, não permite dizer que houve negligência ou falhas nas políticas públicas desses municípios, principalmente os do Vale do Aço. “O ano de 2009 se caracterizou por um aumento de chuvas em todo o estado, tendo como consequência um aumento no número do Liraa. E isso vai se repetir por um bom tempo, ainda mais que a vacina ainda vai demorar para ser testada”, afirmou.
Belo Horizonte, que este ano intensificou ações de combate ao vetor, registrou, segundo dados recentes da Secretaria Municipal de Saúde, 22.755 notificações da doença. Desse total, 12.603 casos foram confirmados. A Região Norte ainda é a que apresenta maior número de casos – 6.036 confirmações – seguida pelas regiões de Venda Nova, com 1.410, e Nordeste, com 1.379. “O combate não pode parar”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira.
Vacina
Na quarta-feira, o ministro Temporão voltou a ressaltar que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, assinou contrato com o laboratório inglês GlaxoSmithKline para desenvolver, em território brasileiro, a vacina contra a dengue. “Ela será testada em cinco anos. Não é que haja uma demora ou falta de investimento em pesquisa. Uma imunização como essa requer pesquisa e muito trabalho”, justificou, acrescentando que para o projeto, serão investidos R$ 70 milhões, sendo R$ 35 milhões da Fiocruz e o restante do laboratório inglês. “Como ainda não temos outras armas, pedimos que a população se mobilize, cuide dos seus vasos de plantas, de piscinas etc. A mobilização é a nossa melhor forma de vencer essa luta”, diz.
De acordo com ele, em todo o país são 102 municípios em situação de alerta, entre eles 17 capitais. “Assim como o ano passado, investiremos R$ 1 bilhão no combate à doença no país. A dengue é grave e mata. Por isso, essa preocupação e a mobilização que envolvem autoridades de saúde, população e a mídia”, ressaltou. Para fechar a caravana contra o Aedes Aegypti no país, Temporão vai, em janeiro, para o Espírito Santo. Antes de Minas Gerais, ele passou pelo Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Ceará, Amazonas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Para Minas, o ministro anunciou a incorporação de R$ 4,6 milhões aos recursos repassados mensalmente pelo Ministério para o estado e a capital. Os recursos adicionais foram autorizados por meio de portaria que aumenta o teto financeiro de alta e média complexidades: exames e consultas especializados, cirurgias e internações, entre outros procedimentos.
Surto em Carangola
Um surto de dengue vem preocupando as autoridades de Carangola, na Zona da Mata, a 359 quilômetros de Belo Horizonte, na Zona da Mata. Nos últimos dias, a Secretaria Municipal de Saúde notificou pelo menos 40 casos, dos quais sete já foram confirmados em laboratório credenciado pelo SUS. Os registros estão concentrados no Bairro do Triângulo, o mais populoso do município, onde famílias inteiras teriam contraído o vírus. O secretário municipal de Saúde, Amaury Costa, se reuniu com representantes da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Manhumirim para tentar traçar uma estratégia de enfrentamento. Para combater a doença, será feito bloqueio sanitário na região mais crítica. Além de 22 funcionários efetivos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), outros 12 serão contratados em caráter emergencial para aplicação de veneno por meio de bombas costais.
SITUAÇÃO
Cidades em risco de surto
Governador Valadares
Ipatinga
Em alerta
Belo Horizonte
Araguari
Betim
Contagem
Coronel Fabriciano
Divinópolis
Ibirité
Itabira
Juiz de Fora
Monte Carlos
Pedro Leopoldo
Ribeirão das Neves
Sabará
Santa Luzia
Sete Lagoas
Teófilo Otoni
Timóteo
Uberaba
Uberlândia
Vespasiano
Em situação estável
Conselheiro Lafaiete
Patos de Minas
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